...Há muito, muito tempo atrás...
Em um país triste e cinzento...
Havia uma enorme montanha de pedra negra e áspera...
Ao cair da tarde, em cima dessa montanha florecia todas as noites uma rosa mágica...
Que dava imortalidade a quem a colhesse...
Mas ninguém se atrevia a chegar perto dela, pois seus espinhos eram cheios de um veneno mortal...
Então, entre os homens, contavam-se histórias de dor e morte...
Mas nunca falava-se da promessa de vida eterna...
Porque os homens temem a dor mais do que desejam imortalidade...
Então todos os dias a rosa florecia incapaz de doar seu presente...
Sozinha e esquecida no topo daquela montanha...
Esquecida até o fim dos dias...

2 comentários:
Aeeeeew
BEM VINDFA AOS BLOGS MUIEH !
ai lembrei da voz do espanhol falandu ! hahah
eita voz !
kisu
Ja ne
“O Labirinto do Fauno”, um dos melhores filmes que vi recentemente. No comentário do filme Gillermo del Toro diz uma coisa interresante sobre essa fábula.
Passo a citar "O que penso [da imortalidade] foi expresso na fábula que inventei para a menina contar no filme, a fábula da rosa azul. Existe uma rosa que conceda a imortalidade, mas para chegar a ela temos de não acreditar na morte. Isto é, está rodeada de espinhos que estão cheios de veneno e matam quem lhe tocar. Acredito que a imortalidade é isso. É algo que se obtêm quando não se têm medo de morrer.
Não acredito na imortalidade objectivamente, não acredito que alguém possa viver mais de 100 ou 200 anos. Não acredito nessas coisas, mas acredito que a imortalidade é o desprezo absoluto pela morte. A morte não importa.
Não percebo nem nunca percebi porque as pessoas odeiam a velhice e porque se valoriza tanto a juventude cronológica e não a espiritual. Acho que sou mais jovem de espírito, agora aos 42 anos, do que fui quando tinha 7. Aos 7 anos tinha eu 70, espiritualmente. O doutor nesta cena está mais vivo nestes últimos passos, à chuva, sentindo a chuva na cara… sentindo que está vivo… que enfrentou algo de que tinha tanto medo. Penso que ele está mais vivo nesses segundos antes de o matarem, que no resto da sua vida. Numa vida de obediência são estes segundos de desobediência que o fazem estar vivo."
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